Grupo de oposição política ao governador Camilo Santana (PT) protestou contra a violência no Estado. O movimento Renasce, uma frente de fiscalização dos atos públicos fundada pela sociedade civil, reivindicou ações emergenciais do petista para frear o aumento da insegurança na Capital. Eles fizeram performance no Aterro da Praia de Iracema com pessoas simulando vítimas de homicídios no Ceará no fim da tarde desta quinta-feira, 1.

“Não poderíamos nos omitir. É um absurdo que não parou. Já tivemos outra chacina desde a das Cajazeiras, mais pessoas morrendo, está uma coisa sem condições”, atacou Mariana Posses, integrante do Renasce.

Ela criticou ainda o “jogo de empurra” entre o governador cearense e o presidente Michel Temer (MDB) sobre os responsáveis pela segurança pública na Capital. “Enquanto isso, nossa Cidade é mais violenta. Temos mais de 150 mortes na primeira semana do ano, após mais de cinco mil homicídios no ano anterior”, criticou.

Segundo Posses, o Aterro foi escolhido por ser um local onde há grande fluxo de pessoas no fim da tarde e pelo significado que traz ao turismo da Cidade. “As pessoas estão em pânico, se vive com medo em Fortaleza, isso não é certo. Pagamos nossos impostos para obter segurança”, disse.

Em todos os lugares

“Tem de parar com isso de que só acontece com a periferia. Acontece em todos os lugares. As facções brigam nos presídios e se matam. Se não conseguem tomar conta de pessoas presas, como vão tomar conta da população?”, questionou Mariana.

O estudante universitário Joel Lima Rocha, 22, parou e acompanhou o ato. “Ontem (quarta-feira,31), por exemplo, eu ia para academia e surgiu o boato de que haveria uma briga de facções no Conjunto Esperança. Eu resolvi ficar em casa. Sair agora é um risco. Não sabemos mais o que é ou não boato. Tudo está banalizado, falam de assassinato como se fosse a coisa mais normal”, lamentou.