Especialistas ressaltam importância do conteúdo divulgado no perfil do negócio e de oferecer facilidade e rapidez ao cliente

Vendas redes sociais

A secretária executiva da diretoria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Ceará (Sebrae-CE), Alice Mesquita, afirma que a primeira coisa que é preciso saber é separar perfis de comercialização da vida pessoal. “Uma das coisas que a gente sempre diz para o empreender que quer utilizar as redes socias como canal de comercialização é não misture vida pessoal com a empresa”, reforça.

Além da postagem divulgando os produtos e serviços, ela aponta que é importante estar atento à parte administrativa do canal de vendas para que as publicações deem resultado, de fato:

  • Interagir com os clientes, deixando sempre claro os dias e horários que a administração irá responder aos contatos
  • Prezar pela qualidade das postagens, tanto das fotos e vídeos quanto da descrição
  • Deixar claro as opções de entrega ou retirada e se há custo adicional
  • Preços também devem estar em evidência; a prática de divulgar o valor do produto apenas pelo direct desestimula e afasta o consumidor

Já o consultor de empresas e professor da Faculdade CDL, Christian Avesque, estima que, para que o canal digital de vendas seja bem sucedido é preciso dividir o processo de preparação e cuidado em quatro grandes blocos.

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1. Leque de produtos

O primeiro, diz respeito à montagem do mix de produtos. Segundo ele, o ambiente da internet não é propício para a venda de itens de luxo e premium. “Cerca de dois terços das vendas da web são de produtos de rotina, de abastecimento, mais voltados à utilidade do que por prazer, gratificação, prestígio”, revela.

Tendo isso em vista, ele aconselha priorizar itens que possuam alta rotatividade e grande disponibilidade de estoque. “Cerca de 80% do estoque deve ser de produtos e itens que tenham nível de giro rápido e alto volume de vendas, para vender muito e rápido. Os outros 20% ele pode calibrar, colocar produtos com nível de qualidade e preço mais altos”, estima.

Avesque ainda indica que o preço praticado deve ser abaixo da média do mercado, uma vez que o consumidor da web procura sempre preços mais baixos. “Deve haver um alinhamento entre o mix de produtos e a expectativa de compra do consumidor. Para o empreendedor não errar, é interessante que ele faça uma pesquisa de mercado, mesmo que informalmente, com os principais concorrentes na área geográfica que ele atende, vendo nível de preço de mercado e de sortimento, para que ele possa se posicionar competitivamente”.

2. Comunicação e marketing

O segundo pilar das vendas nas redes sociais é o que fala da comunicação e marketing. Segundo o professor, há sete princípios nesse setor a serem seguidos para um melhor desemprenho do negócio:

  • Ao criar um perfil, tenha uma descrição que reflita a proposta de valor da marca, além de informar todas as formas de contato disponíveis. A administração da conta também deve ser feita sempre pela mesma pessoa, a fim de evitar conteúdo e respostas com estilos diferentes.
  • Preze pela estética e qualidade das fotos e vídeos, especialmente dos stories, que são mais curtos e tem maior visualização pela característica imediatista do consumidor das redes sociais. Invista em qualidade fotográfica, com múltiplas visões dos produtos e fotos de detalhes.
  • Destaque as condições de pagamento, parcelamento e juros. “Outro ponto que o consumidor brasileiro adora é frete grátis, mesmo que não seja. É um argumento financeiro que gera resultado”, afirma Avesque.
  • Disponha do máximo de opções de pagamento de forma remota possível para dar mais conveniência ao consumidor, seja através de QR Code, boleto, cartão de crédito e débito, transferência bancária, entre outros. De preferência, também integre a plataforma de compra e pagamento, agilizando e facilitando a compra.
  • Gere segurança de negociação. A segurança dos dados é o segundo maior motivo de restrição do consumidor brasileiro às compras online, segundo o consultor. Procure empresas certificadoras que atestem a criptografia da transação, garantindo uma negociação protegida.
  • Responda o consumidor de forma rápida e personalizada. O tempo médio de resposta não deve ultrapassar 36 horas.
  • Mostre e destaque o cuidado da logística de entrega dos produtos, primando pelo cumprimento dos prazos, pela entrega do produto correto, pela integridade dos itens, e pela apresentação, em especial, no caso do setor de alimentação.

3. Inteligência de mercado

No terceiro bloco, Avesque destaca a inteligência de mercado para direcionar melhor as campanhas de divulgação, promoções e demais ações do negócio de acordo com os perfis do público. Ele lembra que, no ambiente digital, é possível saber quantos clientes são crianças, adultos, o período do dia em que compram mais, se adquirem através do celular ou do computador, quantas vezes pesquisam o item antes de fechar a compra, entre outros dados.

“O ambiente digital nos permite disparar dez campanhas diferentes para cada grupo. Por exemplo, eu tenho determinado grupo que compra apenas em promoção acima de 20%, sempre levam cinco peças, pagam à vista e mora na Parangaba. Eu posso patrocinar links e enviar só para os clientes da Parangaba com esses atrativos”, explica.

4. Custos invisíveis

Por fim, no quarto e último pilar, o consultor alerta para alguns gastos que acabam passando despercebidos pelo empreendedor e que podem comprometer as finanças do negócio. Perdas e avarias, como trocas de produtos com defeito, amassados, devoluções, produtos perecíveis em estoque vencidos, geram despesas invisíveis e que, portanto, requerem atenção.


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