Na gravação, segundo o jornal, Joesley Bastista conta a Temer que está pagando pelo silêncio de Eduardo Cunha; ‘Tem que manter isso’, diz Temer.

Exatamente às 19h30, uma notícia bombástica abalou o Brasil. O colunista Lauro Jardim revelou, no site do jornal O Globo, que o dono do frigorífico JBS, Joesley Batistax, entregou ao Ministério Público Federalx uma gravação feita em março. Nela, Joesley Bastista conta ao presidente Michel Temerx que está pagando pelo silêncio do ex-deputado Eduardo Cunhax.

Segundo o jornal O Globo, os irmãos Joesley e Wesley Batista e outras cinco pessoas estão tentando fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público e apresentaram várias gravações aos procuradores. Em uma conversa gravada, o presidente Michel Temer indica para Joesley o nome do deputado Rodrigo Rocha Loures, do PMDB do Paraná, para resolver, no governo, um assunto da empresa J&F.

Ainda segundo o jornal, em uma gravação feita logo depois, o deputado aparece recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados pelo empresário. Nessa conversa, de acordo com a reportagem do O Globo, Joesley Batista aparece contando a Michel Temer que estava dando a Eduardo Cunha e a Lúcio Funaro, operador do PMDB no esquema da Lava Jato – os dois presos em Curitiba – uma mesada para ficarem calados. Nessa conversa, segundo o jornal, diante da informação, Temer incentivou: “Tem que manter isso, viu?”.

O jornal O Globox mostrou que, pela primeira vez na Operação Lava Jato, foram feitas ações controladas. Sete no total, para a obtenção de provas em flagrante.

Segundo o jornal, tudo foi combinado com a Polícia Federal. Os diálogos e as entregas de dinheiro foram filmadas pela PF.  Além disso, a reportagem mostra que as cédulas tinham os números de série informados aos procuradores para ficar mais fácil o rastreamento. E as malas e as mochilas usadas para a entrega da propina estavam com chips.

Apenas nessas ações chamadas de controladas foram distribuídos R$ 3 milhões em propina durante o mês de abril. As primeiras conversas para o acordo da delação premiada começaram em março e os depoimentos terminaram na semana passada.

Os sete delatores acertaram o pagamento de R$ 225 milhões em multa. Eles não vão ficar presos nem vão usar tornozeleiras eletrônicas.