Após uma operação denominada “Dedo de Deus”, deflagrada pela Delegacia de Combate à Exploração a Criança e ao Adolescente (Dceca) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), um pastor evangélico foi preso sob suspeita de abusar sexualmente de seis crianças, todas parentes de seus congregados religiosos, no bairro Sapiranga – Área Integrada de Segurança 07 (AIS 07). A prisão ocorreu, na última sexta-feira (16), e a ação foi divulgada nesta terça-feira (20), em coletiva de imprensa na sede da delegacia especializada.

Conforme o delegado Levy Louzada, as investigações iniciaram após denúncias contra Felipe Costa Silva, de 52 anos, que atuava como pastor evangélico em uma igreja da região, onde é suspeito de cometer vários estupros de vulneráveis. Com as diligências, chegou-se a informação que as vítimas possuíam entre seis e 12 anos de idade e os crimes ocorriam quando Felipe visitava as filhas ou netas dos fiéis. Sob o argumento de orar pelas crianças, o pastor convencia os pais e os responsáveis legais das vítimas, ganhando a confiança ao ponto de permitir visitas, mesmo quando os adultos não estavam em casa.

De posse de todas as informações, duas equipes da Dceca estiveram em vigilância por uma das vias do bairro, onde foi detectado que Felipe transitava. “A abordagem e a captura ocorreram por intermédio de um mandado de prisão preventiva. Felipe não esboçou nenhuma reação diante da ação policial. Após ser conduzido à sede da Dceca, ele negou que praticasse os estupros”, afirma Louzada.

Ainda no curso das investigações, o aparelho celular pertencente ao homem foi periciado, uma vez que as vítimas alegaram que ele exibia vídeos pornográficos. “Após laudo pericial, nós detectamos a presença de materiais de cunho sexual, detalhadamente envolvendo criança e adolescente, característicos de pedofilia. E estas eram exatamente as informações que as vítimas relataram no andamento das diligências. A intenção do suspeito era tentar mostrar o quão corriqueiro se dava a realização de tais condutas, visando amenizar qualquer intimidação ou pavor por parte das crianças”, disse.

A prisão decretada pela Justiça estadual contra o pastor evangélico é valida por 30 dias, podendo ser prorrogada até a conclusão do inquérito. Em caso de condenação, as penas previstas para os delitos, somadas, podem chegar até 90 anos de reclusão.