A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) deflagrou, no início da manhã desta terça-feira (30), a “Operação Motors”, que teve como objetivo desarticular uma associação criminosa especializada em roubos, adulteração e clonagem de motocicletas, bem como em falsificação de documentos e placas para os referidos veículos. Os sete mandados de prisão e dez de busca e apreensão foram cumpridos em Fortaleza e Maranguape, na Região Metropolitana da Capital cearense. Os detalhes da operação foram apresentados na manhã de hoje, na sede da Superintendência da Polícia Civil, em Fortaleza.

Os mandados cumpridos na ofensiva da Polícia Civil foram expedidos pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas, contra alvos localizados em Fortaleza – nos bairros Autran Nunes, Bonsucesso, Canindezinho, Coaçu, Mondubim, Parque Santa Rosa e Quintino Cunha –, e em Maranguape. Entre os locais vistoriados está uma empresa de confecção de placas, sediada em Maranguape. Os policiais civis também apreenderam placas e documentos de veículos em branco, munições e carros.

Investigações

As investigações em torno da atuação da organização criminosa iniciaram em 2019, quando uma vítima acionou a Polícia após flagrar uma motocicleta clonada com placa igual à sua. A partir daí, a Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas (DRFVC) da PCCE passou a investigar o caso e identificou um esquema especializado nesse tipo de crime.

Entre os alvos da operação de hoje, está um casal que é apontado como o chefe do esquema criminoso. Há ainda pessoas que exerceriam a função de roubar as motocicletas, guardar os bens subtraídos e aqueles responsáveis pelas adulterações dos veículos e da confecção de documentos e placas falsas.

A Polícia Civil identificou que o “modus operandi” da associação criminosa consistia no roubo das motocicletas que, em seguida, eram escondidas em casas (algumas delas desocupadas). As motos eram guardadas durante um tempo necessário para que eles se certificassem que os veículos possuíam algum tipo de rastreador. Após esse período, os veículos eram adulterados, tendo chassi e número de motor adulterados.

Ainda conforme as apurações policiais, um dos alvos se encarregava de levantar, em sistemas de consulta, os dados de motocicletas com as mesmas características das que foram roubadas. Com as informações, ele confeccionava um Certificado de Registro de Veículo (CRV) falso e repassava para o grupo criminoso. Com os documentos falsos, os suspeitos produziam as placas clonadas e colocavam os veículos para serem revendidos.

Suspeitos identificados

Com o avanço das investigações, foi possível identificar todos os envolvidos no esquema criminoso, bem como constatar a função de cada partícipe do grupo.

A associação criminosa era chefiada por Fernando César Alves Ribeiro Júnior (28), mais conhecido como “Júnior”, que já responde a quatro procedimentos policiais por receptação e um por furto de veículo, e sua companheira, identificada como Diana Portela Aguiar (34), mais conhecida por “Dayana” , que já responde pelo crime de receptação. No decorrer das apurações, a PCCE identificou que Fernando foi preso e a mulher assumiu o lugar do companheiro como forma de manter o esquema funcionando. Diana comprava veículos roubados, entregava-os na mão de adulteradores, adquiria placas clonadas e mandava confeccionar documentos falsos, bem como comercializava os veículos.

Outro alvo trata-se de Claudemir dos Reis (47), que responde por receptação. O suspeito é mecânico e é apontado como um dos responsáveis por adulterar as motocicletas roubadas. Juntos, Júnior, Diana e Claudemir eram os responsáveis pela comercialização das motocicletas roubadas em uma feira em Fortaleza, após os veículos passarem pelo processo de adulteração e clonagem, como demonstrado durante as investigações.

Os policiais civis também identificaram Francisco Erlon Lessa da Silva (44), o “Negão”, que não possuía antecedentes criminais. Era Erlon o responsável por confeccionar as placas clonadas, segundo os levantamentos policiais. O suspeito trabalhava em uma empresa de placas, localizada em Maranguape. Outro fornecedor de placas falsificadas trata-se de Francisco Jeová Magalhães Dias (52), sem antecedentes criminais.

Já Joab Vidal de Souza (23), sem antecedentes criminais, se encarregava de falsificar os Certificados de Registro de Veículos (CRV), conforme constatado no trabalho investigativo da DRFVC. Também foi preso Luiz Vitor Santos da Silva (22), que seria o responsável por guardar as motos, logo após os veículos serem roubados.

Os policiais civis mantêm diligências para localizar o único alvo ainda não encontrado durante a operação. Ele se trata de Paulo Nunes Melo (23), vulgo “Paulo Júnior”. As investigações apontam que ele seria um dos responsáveis pelos roubos dos veículos. Após os crimes, “Paulo Júnior” entregava as motos para Luiz Vitor, que assumia a guarda dos objetos subtraídos. A dupla não registrava antecedentes criminais anteriores.

Com a operação deflagrada hoje, a PCCE acredita que o esquema criminoso sofreu seu esfacelamento, em razão da identificação dos alvos, da função desempenhada por cada investigado ao longo do trabalho policial, bem como das prisões realizadas no dia de hoje.


Nossa página no Instagram

https://instagram.com/quixeramobim_news?igshid=1ar0nbn5ej0k7

Nossa página no Youtube
https://www.youtube.com/channel/UCWukWdg6Ycj5yHCXSy1GnJg?view_as=subscriber