Os profetas da chuva gostam de se reunirem antes do grande Encontro para afinarem suas previsões.

ciência popular de prever a quadra chuvosa no Ceará mais uma vez atrairá a atenção do sertanejo, de curiosos, de apaixonados por esse hábito secular e da imprensa para mais um Encontro dos Profetas da Chuva em Quixadá. Será o 22º, idealizado pelo comerciante João Soares e o engenheiro químico Helder Cortez, realizado pelo Instituto de Viola e Poesia do Sertão Central tradicionalmente no segundo sábado de janeiro, o maior do País, com a participação de no mínimo 20 deles e um público de mais de 500 visitantes.

Conscientes da importância das suas experiências para quem acredita e se orienta nesses saberes herdados de geração a geração os profetas e profetisas afinam suas previsões. Alguns se reúnem para a troca das suas observações meteorológicas, como ocorreu com os irmãos Lurdinha Leite e Chico LeiteJosué Viana e Chico Leiteiro, acompanhados de João Soares e do cantador de viola Guilherme Calixto.

O resultado desse ensaio é um dos destaques deste sábado (6) no Diário do Nordeste, o último antes do grande encontro.

> Profetas estão otimistas em relação às chuvas de 2018

Lurdinha Leite tem como seu principal equipamento a “tábua de Santa Luzia“; o irmão, Chico Leite, avista sinais por todos os lados, inclusive no sombrião plantado no quintal da sua casa; Chico Leiteiro também, apesar de ter dificuldade para encontrar os pássaros e os insetos anunciantes das chuvas, como o cupim, que cresce as asas quando há bom sinal.Na falta da formiga de asas o jumento serve.

Lurdinha Leite explica a João Soares como funciona a experiência da tábua de Santa Luzia.

Chico Leite encontra até no sombrião sinal de chuva no sertão.

Jumento quando sua na sombra é sinal de que vai ter  chuva, comenta Chico Leiteiro

Josué Viana se apropria dos sinais dos astros para apontar suas previsões.

Josué Viana encontra nos astros, nas fases da lua, no sol,  e nas formações das nuvens, uma delas a “rama de São José“, os indícios para o período invernoso no sertão cearense. De comum com os outros observadores, a “barra do Natal“, uma formação atmosférica criando um horizonte de névoa abaixo da lua no período de 25 de dezembro a 6 de janeiro, Dia de Reis. A crença é praticada por todos ainda desde a infância e garantem não ter erro nas previsões. “Vem bom inverno sim”, comemoram.

Divergência apenas do odontólogo Paulo Costaum dos mais respeitados do grupo. Além da barra do Natal ele se vale das observações na Estrela Dalva e na Estrela Guia, Vênus e Júpiter. No período ideal para as análises, três dias de junho do ano passado, os dois astros estavam alinhados. O movimento do sol dá a resposta fundamental para o seu diagnóstico: vem chuva sim, e muita, mas tardia. Água mesmo aparece somente a partir de abril, mas o inverno deve se estender até agosto.

Existem outros fatores e curiosidade encontrados pelos profetas da chuva, mas para conhecê-los o melhor é assistir a cerimônia animada por Helder Cortez, programada para a manhã do próximo sábado, 13, a partir das 8 horas, no campus do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), no entorno do Açude Cedro, explica João Soares.

Encanta Quixadá

Na noite anterior, no Centro Cultural Rachel de Queiroz, o Instituto de Viola e Poesia do Sertão Central realiza o Encanta Quixadá, um encontro de cantadores de viola comandado por Guilherme Calixto, com a participação de grandes duplas do gênero saudando os profetas da chuva e visitantes. Muitos chegam de longe ainda na sexta-feira para participarem e assistirem as previsões dos profetas e profetisas, acrescenta João Soares, ressaltando que a Cagece e a prefeitura de Quixadá patrocinam os eventos.

XXII Encontro dos Profetas da Chuva
13 de janeiro – 8 horas
Campus do IFCE – Quixadá
Estrada do Açude Cedro

XII Encanta Quixadá
12 de janeiro – 19 horas
Centro Cultural Rachel de Queiroz
Praça da Cultura – Quixadá

Instituto de Viola e Poesia do Sertão Central
Fone (88) 9631 1416

Com informações Diário do sertão Central