A comporta do ‘eixo emergencial’ do Cinturão das Águas foi aberta, na tarde desta segunda-feira

Legenda: Abertura da comporta do Trecho Emergencial do Cinturão de Águas do Ceará
Foto: Divulgação

Em outubro do ano passado, a água do ‘Velho Chico’ completou os 53 quilômetros de extensão do trecho que compreende entre a barragem de Jati, no município homônimo, e Missão Velha, com desemboque para o Riacho Seco. Nesta etapa, o “eixo emergencial” passava por testes e, desde então, não apresentou nenhum problema.

De acordo com o diretor de Águas Superficiais da Superintendência de Obras Hídricas (Sohidra), Antônio Madeira Lucena, hoje a cota de água no canal é de 3,7 metros, atingindo sua altura máxima. “Tudo ocorreu bem, sem maiores problemas”, avalia ele sobre testes do eixo emergencial. O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), por meio do Projeto de Integração do Rio São Francisco (Pisf), disponibilizou uma vazão de 12 mil litros de água por segundo, que sairão da barragem de Jati.

Após chegar no Riacho Seco, em Missão Velha, a água corre até o rio Batateiras, que nasce no Crato e, no encontro com Riacho do Porcos, forma o Rio Salgado. De lá, o recurso hídrico segue em seu fluxo natural pelo Rio Jaguaribe, antes de desaguar no Castanhão.

“Será uma viagem de 300 quilômetros. Não sabemos, com certeza, quanto tempo levará para chegar no grande reservatório”, observa o titular da SRH, Francisco Teixeira.

Apesar disso, o gestor está otimista: “As calhas dos rios estão bem úmidas e com algum fluxo natural, contribuindo para diminuir as perdas por infiltração, evaporação e por retiradas. Ninguém irriga na chuva. Deste modo, o tempo de viagem da água será menor do que seria no segundo semestre, com leitos dos rios secos”, completa o secretário. De acordo com Teixeira, a liberação das vazões pelo Pisf sempre se darão no primeiro semestre, justamente para diminuir as perdas.

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Sobre o custeamento da manutenção e operação do Pisf enquanto as águas seguem liberadas para o Castanhão, o MDR informou que o Governo Federal bancará até a assinatura dos contratos comerciais entre a União e os estados beneficiados. Os termos finais da negociação para formalização dos contratos, no âmbito da Câmara de Conciliação e Arbitragem da Advocacia Geral da União, já foram finalizados e o Ministério aguarda definição de agenda junto aos estados.

Barragem de Brejo Santo

O rompimento da tubulação da barragem de Atalho, em Brejo Santo, que deixou três operários mortos e outro ferido, no último dia 8 de fevereiro, não afetou o cronograma de liberação das águas do ‘Velho Chico’ para o Açude Castanhão. Na época do incidente, o bombeamento da estação EBI-3 foi suspenso preventivamente, não havendo impedimento técnico para sua retomada, de acordo com o MDR. Já a pre-operação das demais estruturas do Eixo Norte a partir do reservatório só serão reiniciadas após a recuperação da tubulação danificada e liberação pela perícia, que deu um prazo de até 20 dias para conclusão da investigação, a partir do último dia 10.

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Legenda: Equipe da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), acompanhando a chegada das águas, com a imagem de São Francisco

De acordo com o MDR, nos 260 quilômetros do Eixo Norte, todas as estruturas responsáveis pela passagem de água até o Reservatório Caiçara, na Paraíba, estão concluídas, restando apenas a recuperação da tubulação em Atalho e outros serviços complementares que não comprometem a pré-operação. O total de execução física do trecho é 97,70%.

Cinturão das Águas

Apesar das águas, a partir de hoje, estarem a caminho do Castanhão, as obras no CAC seguem nos lotes 03 e 04 do Trecho 1, que passam por Barbalha, Crato e Nova Olinda, que possui uma extensão total de 145,3 quilômetros e soma 65,41% de avanço físico. O trajeto liga a barragem de Jati ao rio Cariús, que é responsável pelo aporte do Açude Orós, segundo maior do Estado.

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Os serviços neste dois lotes ficaram parados por mais de um ano e foram retomados em setembro do ano passado. “Em torno de 400 trabalhadores, mas esse número vai aumentar”, projeta Lucena. O número reduzido de trabalhadores se deu por problema na aquisição de materiais. “Principalmente cimento e aço. Isso tem atrasado. Mas logo que solucione, teremos mais gente”, completa o diretor da Sohidra. Até o momento, o Governo Federal já repassou R$ 1,18 bilhão para o CAC.


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